Pego a chaleira
Encaixo-a na torneira
Abro a torneira
A água escorre
Enche
Sinto o peso da água...
Acendo o fogo
Vejo o fogo
Ouço a chaleira chiar
Sinto o calor do fogo no corpo, nas mãos
Espero
Respiro
Vejo a chaleira
Sinto-a viva...
Ela começa a assoviar
Ouço por instantes o assovio
É como se falasse
Vejo o vapor subindo
Toco o vapor com as mãos
Sinto a água...
Desligo o fogo
A chaleira silencia
Eu silencio...
Escolho a xícara
Vejo a cor, os detalhes do desenho
Sinto seu peso
Acomodo-a no balcão
Relaxo...
Me desloco, sentindo meus pés no chão
Abro a caixa de chá
Retiro o saquinho
Sinto seu cheiro, sua textura
Deito-o na xícara
Despejo a água quente, fervida
Vejo o saquinho sorvendo a água
E a água se preenchendo da sua substância
Cubro o chá com um pratinho colorido
Há pássaros e flores
O chá descansa
Minha mente descansa...
Levo a xícara para a mesa e sento
Retiro o pratinho de flores e passarinhos
Bebo o chá
Aprecio
Celebro
Me alegro
Me sinto viva!
Texto escrito a partir da “prática de meditação do chá”
proposta por Arawana Hayashi durante a palestra “Dharma Arte: um caminho para
conectar, curar e criar um bom futuro”, no dia 18/09/21.
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