Buscamos a felicidade, mas,
contraditoriamente, plantamos o sofrimento. Queremos ser felizes mas esquecemos
que todos querem também. Buscamos a felicidade fora de nós, nas coisas e nas
pessoas. E esquecemos que a realidade é fruto da nossa percepção e que somos
nós que plantamos o que queremos colher.
Não há vítimas, nem o acaso e
muito menos a má sorte. Somos responsáveis pelo que nos acontece, seja qual for
a experiência. Não no sentido de que precisamos sofrer, mas no sentido de que o
sofrimento é fruto da nossa própria mente e se queremos parar de sofrer,
precisamos fazer algo e não continuar culpando os outros.
O primeiro passo é examinar e
dissecar o sofrimento e buscar suas causas, o que não se faz se
distanciando dele, mas indo ao seu encontro. Novamente, não significa buscar o
sofrimento, porque ele já está conosco; só não o vemos porque fugimos dele de
todas as maneiras possíveis. Nossos medos e vulnerabilidades são pistas
preciosas do que nos faz sofrer.
Ao mesmo tempo, ver as fontes
de felicidade genuínas e cultivar a alegria, a abundância, a gratidão.
Experimentar, cotidianamente, aquilo que nos faz bem, que nos traz uma sensação
de paz e bem-estar e praticar.
Deixar que a felicidade e o nosso estado natural de paz e harmonia prosperem,
vicejem e deem frutos.
Somos seres humanos, dotados de
liberdades e condições favoráveis à experiência da felicidade. Podemos nos
libertar do sofrimento, mas precisamos gerar um esforço progressivo nessa
direção. Como qualquer outra conquista, a meta da felicidade exige um
direcionamento, um foco e uma prática constante e regular. E precisamos de
tempo!
O tempo urge, e é necessário
priorizar o que de fato importa. E caminhar agora, não amanhã ou depois. Não
sabemos, de fato, se teremos tempo suficiente para fazer o que desejamos.
Então, não há tempo a perder!
Nota: Este texto foi enviando como um convite ao Projeto Felicidade, desenvolvido no período de março a outubro do ano de 2019 com um grupo pequeno de mulheres. Neste projeto, lemos e discutimos o livro "A arte da felicidade: um manual para a vida", escrito pelo psiquiatra Howard Cutler, a partir de entrevistas com Sua Santidade, o Dalai Lama.